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As campanhas antitabagistas se consolidaram nas últimas décadas – no Brasil, elas começaram nos anos 1990 –, alertando a população sobre os riscos que o cigarro causa no corpo humano. Esse alerta está inclusive nas embalagens dos produtos, com imagens chocantes sobre o que o cigarro causa no corpo de uma pessoa.
Apesar de ter ficado muito associado ao risco do câncer de pulmão, o cigarro afeta não só o sistema respiratório, mas todo o corpo, da pele ao sistema reprodutivo. Entenda neste artigo quais os efeitos gerados pelo consumo excessivo.
O cigarro é conhecido por ter mais de 4.700 substâncias tóxicas. Contudo, segundo a American Lung Association, se forem considerados os compostos presentes na folha do tabaco e os aditivos industriais, esse número pode chegar a 7.000. A nicotina, presente na folha do tabaco, e o alcatrão estão entre seus principais componentes.
A nicotina é uma das responsáveis pelo efeito viciante do cigarro. Ela estimula o sistema nervoso central e age liberando neurotransmissores, como a dopamina, proporcionando uma sensação de prazer e bem-estar, talvez o único efeito positivo do cigarro, que é, contudo, passageiro.
Já o alcatrão é uma mistura complexa de elementos químicos e carcinogênicos, uma das substâncias mais tóxicas do cigarro. Ele se deposita nos pulmões, contribuindo para o desenvolvimento de diversas doenças respiratórias, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e o câncer de pulmão.
O alcatrão e outras substâncias tóxicas presentes no cigarro também podem afetar outros órgãos, aumentando o risco de câncer em diferentes partes do corpo. Entenda a seguir as consequências de fumar cigarros tradicionais.
O cigarro causa uma série de problemas no pulmão e no sistema respiratório como um todo. A inalação da fumaça do cigarro introduz uma variedade de substâncias tóxicas nos pulmões, incluindo alcatrão, monóxido de carbono e agentes cancerígenos. Eles danificam progressivamente os tecidos pulmonares, levando ao desenvolvimento de doenças como bronquite crônica, enfisema e câncer de pulmão.
A irritação constante das vias respiratórias é um dos sintomas do cigarro no organismo, levando à tosse crônica, falta de ar e diminuição da capacidade pulmonar ao longo do tempo.
A nicotina presente no tabaco eleva a pressão sanguínea e aumenta a frequência cardíaca, sobrecarregando o coração e aumentando o risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão, arteriosclerose, doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral (AVC).
Além disso, o monóxido de carbono presente na fumaça reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio, o que pode levar a danos nos tecidos e órgãos devido à falta de oxigenação adequada.
No sistema nervoso central, a nicotina age como um estimulante, aumentando temporariamente a atividade cerebral e causando sensações de prazer e relaxamento.
No entanto, o uso contínuo de cigarro pode levar à dependência física e psicológica. Além do vício, estudos mostram que o tabagismo está associado a um maior risco de desenvolvimento de distúrbios neurológicos, como doença de Alzheimer e demência vascular.
Os efeitos do cigarro também se manifestam na pele e na saúde bucal. A fumaça do cigarro contém uma variedade de substâncias químicas que prejudicam a pele, causando envelhecimento precoce, rugas, manchas e diminuição da elasticidade.
O tabagismo está relacionado ao desenvolvimento de problemas bucais, como cáries, doença periodontal, mau hálito e câncer oral. A nicotina e outros componentes do cigarro diminuem a capacidade de cicatrização de feridas na boca, tornando os fumantes mais suscetíveis a infecções e complicações após procedimentos odontológicos.
No sistema reprodutivo, o cigarro pode afetar tanto homens quanto mulheres. Nas mulheres, o tabagismo está associado a complicações na gravidez, como aborto espontâneo, parto prematuro, baixo peso ao nascer e problemas de desenvolvimento fetal.
Além disso, fumar durante a gravidez pode levar a problemas de saúde a longo prazo para o bebê, incluindo dificuldades respiratórias e maior risco de desenvolver doenças crônicas.
Nos homens, o tabagismo causa disfunção erétil e diminuição da qualidade do esperma, reduzindo a fertilidade e aumentando o risco de problemas de saúde sexual. Em ambos os sexos, o cigarro é capaz de afetar a função hormonal e interferir na saúde reprodutiva geral.
Muita gente tenta parar de fumar, mas enfrenta enormes dificuldades. O que acontece com o corpo quando a pessoa para de fumar é realmente um incentivo a continuar tentando: os pulmões começam a se limpar, a tosse e a falta de ar diminuem, e a capacidade pulmonar aumenta gradualmente. Desta forma, a longo prazo, os riscos de câncer e outras doenças diminuem.
Por outro lado, outras pessoas não desejam parar de fumar, mas fazer um uso consciente, diminuindo os riscos associados à prática. Nos dois casos, os cigarros eletrônicos podem ajudar.
O governo britânico já utiliza os vapes como estratégia de saúde pública, oferecendo os dispositivos para quem deseja parar de fumar. De acordo com um relatório recente do departamento de saúde da Inglaterra, os cigarros eletrônicos são 95% menos prejudiciais à saúde.
Para quem apenas deseja reduzir danos, vaporar em vez de fumar também é a melhor escolha. Ao contrário do cigarro comum e suas mais de 4.700 substâncias tóxicas, o líquido que forma a base do vapor inalado em um vape ou pod tem apenas quatro substâncias: glicerina, propilenoglicol, essências de sabor e opcionalmente nicotina.
Entretanto, é bom lembrar que a nicotina presente em parte dos líquidos ainda pode causar dependência, por isso, não se trata de eliminar completamente os riscos, mas sim de reduzi-los.
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