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O paiero ou palheiro é o popular cigarro de palha, uma forma artesanal de consumir o tabaco. Muitos consideram o paiero um cigarro menos nocivo à saúde, justamente por ser artesanal. Mas será que isso se confirma na prática? Descubra neste artigo do que é feito o paiero e quais são as melhores alternativas de redução de danos quando o assunto é cigarro.
O cigarro de palha tem origem nas culturas indígenas do Brasil, que utilizavam palhas de milho e outras plantas para enrolar fumo e ervas medicinais. Ao longo do tempo, o paiero se popularizou no ambiente rural, na prática dos trabalhadores do campo de enrolar o tabaco na palha do milho ou outro tipo de palha disponível. A produção industrial do cigarro de palha começou no início do século XX, com a empresa Santa Cruz, no Rio de Janeiro. A empresa utilizava máquinas para enrolar o fumo em palhas de milho pré-cortadas e secas, padronizando a produção e facilitando a distribuição em larga escala.
A cultura caipira popularizou o paiero nas festas juninas e rodeios, mas não demorou para que os cigarros de palha também chegassem às cidades, sobretudo com a industrialização do produto no início do século XX, conquistando inclusive os jovens. Nos últimos anos, a prática artesanal de comprar separadamente o tabaco puro, a seda e o filtro para enrolar seu próprio cigarro também vem se tornando mais comum, principalmente como uma alternativa mais barata e em “tese” menos prejudicial à saúde que o cigarro tradicional.
O cigarro de palha é composto de menos substâncias que um cigarro tradicional industrializado (feito de mais de 4700 elementos tóxicos). Entretanto, isso não significa que ele não tenha substâncias que façam mal à saúde. Entenda o que tem no paiero.
A palha presente no paiero pode ser derivada de diferentes fontes vegetais, como trigo, arroz, milho ou outras plantas similares. Antes de ser utilizada, ela passa por um processo de preparação para garantir sua integridade e maleabilidade, tornando-a adequada para envolver o tabaco.
O tabaco utilizado na produção de cigarros de palha é geralmente cultivado localmente e colhido especificamente para essa finalidade. As variedades escolhidas podem variar de acordo com a região e as preferências do fabricante. Uma das mais utilizadas no paiero é o fumo de corda.
Muita gente se pergunta se tem nicotina no paiero e a resposta é: sim. A nicotina é um dos principais componentes do cigarro de palha, assim como em outros produtos de tabaco. Este alcalóide natural é responsável por muitos dos efeitos psicoativos associados ao hábito de fumar. Quando o cigarro de palha é queimado, a nicotina é liberada e absorvida pelo organismo do fumante, causando uma série de efeitos físicos e mentais, incluindo aumento da frequência cardíaca, elevação da pressão arterial e sensação de prazer ou relaxamento.
O alcatrão é uma substância resultante da combustão do tabaco e outros materiais presentes no cigarro de palha. Esta substância é uma mistura complexa de compostos químicos, alguns dos quais são reconhecidos como cancerígenos. Durante o processo de fumar, o alcatrão é liberado junto com o vapor do tabaco e inalado pelo fumante.
Após a colheita, as folhas de tabaco são processadas e curadas para desenvolver suas características de sabor e aroma. Em seguida, o tabaco é picado ou desfiado e colocado dentro da palha preparada. A quantidade de tabaco utilizada é determinada de acordo com as preferências do fabricante e do consumidor. Uma vez preparado, o tabaco é enrolado dentro da palha, seguindo técnicas específicas para garantir uma distribuição uniforme e uma boa vedação. Por fim, os cigarros de palha são selados manualmente ou com o auxílio de máquinas, antes de serem embalados e distribuídos para o consumo.
Apesar da quantidade menor de substâncias tóxicas, a nicotina e o alcatrão resultante do processo de combustão tornam o paiero um risco à saúde. Ele aumenta a chance de desenvolver câncer de pulmão, bexiga, boca, laringe e faringe. Também é um fator de risco para infarto, AVC e doenças pulmonares.
Para quem não deseja parar de fumar, mas buscar uma alternativa menos nociva à saúde, é importante fazer um comparativo das opções disponíveis no mercado.
Um paiero corresponde em média a três cigarros tradicionais. Alguns especialistas consideram o cigarro de palha mais nocivo que o tradicional pela ausência de filtro, o que faz com que uma quantidade maior de impurezas seja tragada. Sem o filtro o aquecimento da região da boca também é maior, aumentando os riscos de tumor na laringe, esôfago e faringe.
O que faz mais mal, paiero ou pod? Nesta comparação, os cigarros eletrônicos, como pod e vape, ganham no quesito redução de danos. Isso acontece, sobretudo, porque os processos de ingestão das substâncias são radicalmente diferentes. O paiero e o cigarro comum funcionam por combustão, o que por si só é altamente nocivo ao organismo, porque gera o alcatrão. Já os cigarros eletrônicos funcionam por vaporização: o líquido contendo apenas quatro substâncias é aquecido e transformado no vapor inalado. Embora muitos líquidos para cigarros eletrônicos contenham nicotina, uma pesquisa demonstrou que o processo de vaporização presente nos cigarros eletrônicos, entrega 85% menos nicotina aos pulmões em comparação com um cigarro comum. Além disso, com os pods e vapes, o consumidor tem o poder de escolher o teor nicotina dos juices, inclusive chegando a zero.
O consumo dos cigarros eletrônicos não é totalmente livre de riscos. A nicotina presente nos e-liquids pode causar dependência, por isso ele é um produto destinado a adultos que desejam fazer um uso consciente, focado em redução de danos. Na comparação com os cigarros de palha e cigarros tradicionais, contudo, a vantagem do cigarro eletrônico é clara: um número muito menor de substâncias tóxicas e um processo por si só menos prejudicial à saúde, a vaporização.
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